terça-feira, 24 de agosto de 2010

INDAIAL MEU ALAZÃO


Walter Carmelo Filho





Indaial meu alazão,

No sitio era considerado,

Marchava ensoberbado

Na pradaria a campear

Quantas meninas nos terraços

Ficavam faceiras a espreitar,

Vendo eu e ele passar.



Indaial meu alazão,

Cavalo de lida valente,

Na marcha batida adiante,

Incomparável na competição,

Marchava,pescoço empinado

A batida dos cascos no chão,

balançava o meu coração.



Indaial meu alazão,

Criado por meu avô

Na fazenda Bananal

em São Carlos do Pinhal,

Aleitado ainda potrinho

Veio bem pequenino,

Viver em nosso quintal.



Indaial meu alazão,

Nos meus tempos de menino

Saindo da escola radiante

Em seu lombo montado,

Ia logo cavalgando,

Para o nosso reino encantado,



Indaial meu alazão,

Lembro bem daquela tarde

Nos campos da invernada,

A correr uma novilha

Bravia,solta,desgarrada

Na parelha da tropilha

Não acertei a laçada.



Indaial meu alazão,

A galopar emparelhado

Sentiu o laço enrroscado

no meu braço dilacerar,

Valente , sagaz e certeiro

Arrancou passando ligeiro

Me livrou do pesadelo.



Indaial meu alazão,

No retão e no prado

Pela rapaziada aclamado,

campeão dos campeões!

E no passo cadenciado

Na vila me levava,

ver as mocinhas ,encantado.



Indaial meu alazão,

Dos tempos de potrinho,

Ainda te vejo,

Meus passos acompanhar,

Pinoteando e relinchando,

Imponente como um penacho

Não careceu amansar.



Indaial meu alazão,

Olhando teu retrato pendurado,

O apeiro todo empoeirado,

Dá vontade de chorar,

O destino foi traiçoeiro,

Levou o meu companheiro,

Nunca mais pude laçar.



Indaial meu alazão,

Você está na minha história

Sem rebenque sem espora,

Nos versos deste peão,

Que um dia emudeceu

Quando soube que morreu

Seu cavalo alazão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário